UN NUEVO MUNDO A SU ALCANCE

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mercredi 21 mars 2012


Foto: Jhon Huaman Canchanya

Foto: Carlos Grohmann

Colômbia: um maravilhoso

carste praticamente

desconhecido

Por Leda Zogbi – Meandros Espeleo Clube

Já fazia um bom tempo que ouvia falar da Colômbia: país desenvolvido, boa comida, preços razoáveis, povo simpático... Mas foi quando o amigo Chico Bill (Prof. Francisco Cruz – IGc-USP) me falou das cavernas daquele país é que atiçou de vez a vontade de ir, e organizamos uma viagem no final de dezembro de 2011.

Os principais objetivos da viagem eram: realizar um re­conhecimento preliminar das cavernas da região de San­tander (centro-norte da Colômbia); estabelecer contatos para a promoção de intercâmbio de informações e de colaboração entre espeleólogos brasileiros e colombianos visando trabalhos futuros na região e coletar amostras de espeleotemas para estudos sobre paleoclima realizados em uma parceria entre a Universidade de São Paulo, Uni­versidade de Medellín e o IRD – Institut de Recherche pour le Développement. Este trabalho foi coordenado por Jean- SebastienMoquet, que realiza seu pós-doutorado na USP na equipe de Chico Bill.



Quem nos levou às cavernas foi Jesus Auderset, um Sui­ço-espanhol que adotou a Colômbia como moradia. De Bogotá até a região das cavernas são apenas uns 300 qui­lômetros, que representam cerca de seis horas de viagem pelo asfalto (muitas curvas e caminhões na estrada) e mais uma hora e meia por uma estrada de terra terrível, com trechos que despencaram em precipícios bem mais assus­tadores do que os do Vale do Ribeira... Foi muito bom ter­mos alugado um 4 x 4!.. Ficamos alojados em um “campo base” organizado pelo Jesus, uma casinha muito simples – mas aconchegante – ao lado de um maravilhoso paredão calcário. Além de dois brasileiros, também participaram da expedição um francês, um peruano, um suíço-espanhol e nove colombianos.



A espeleologia na Colômbia está ainda em um estágio ini­cial. O grupo que participou dessa expedição era formado por interessados oriundos principalmente dos esportes de escalada em alta montanha, trabalhadores em altura e funcionários da Cruz Vermelha colombiana. Todos pos­suíam equipamentos de exploração vertical mas nenhum deles conhecia as técnicas de mapeamento em cavernas. Ficaram muito interessados pela apresentação que fize­mos sobre a espeleologia no Brasil, e pela série de livros técnicos da Redespeleo que levamos para presentear o Jesus. Também tivemos a oportunidade de realizar um mini-curso de topografia em cavernas, que contou com a participação de seis colombianos, e juntos mapeamos par­cialmente duas cavernas.


Segundo Jesus, a região de Santander permanece prati­camente intocada, pois foi ocupada pela guerrilha e pe­los narcotraficantes, sendo então abandonada. Agora a região está completamente dominada pelos militares, e o clima que observamos é bem tranqüilo. O relevo é bastan­te irregular, calcário por toda parte... Para chegar em cada caverna passávamos por 3 ou 4 abismos ainda inexplora­dos. Um verdadeiro paraíso espeleológico! O terreno esta­va bem instável, com muita lama, pois a época das chuvas acabava de terminar. Tudo muito verde, um sobe-e-desce cansativo, mas vale o esforço!

A maioria das cavernas visitadas tem grande volume inter­no e desnível acentuado. A predominância local é mesmo de abismos, com poucos espeleotemas. Um dos abismos explorados pelos colombianos atingiu 180 m de desnível. Mas existem também algumas cavernas muito ornamen­tadas, como a Cueva Caracos, com áreas cobertas de he­lictites brancas e amarelas, flores de aragonita, cortinas, enfim, uma grande qualidade e variedade de espeleote­mas. Lá puderam ser coletadas algumas amostras de es­talagmites necessárias para os estudos paleoclimáticos. Também vale citar a Cueva Escuillas: uma gigantesca en­trada dá acesso a um amplo salão inferior, onde observa­mos uma grande quantidade de ossos humanos. Trata-se de um cemitério muito antigo, possivelmente dos índios pré-colombianos (que habitavam a região antes da ocu­pação espanhola). Segundo Jesus, a população local entra na caverna para desenterrar os ossos à procura de jóias de ouro (na tradição antiga, os mortos eram enterrados com suas jóias). Com isso, os túmulos continuam a ser saquea­dos até o presente.

A viagem foi um sucesso: os objetivos foram todos atin­gidos com pleno êxito, e voltamos com a certeza de que essa não será a única viagem que faremos para a Colôm­bia, mas a primeira de muitas! A região a ser prospectada e explorada é gigantesca, e existe trabalho a ser feito para muitas gerações de espeleólogos.



Agradecemos especialmente a maravilhosa acolhida que tivemos por todos os amigos Colombianos, especialmente Jesus e Toya (organizadores da expedição), e por todos os novos amigos colombianos que tornaram a nossa viagem inesquecível. Podem aguardar, voltaremos!

Equipe expedição El Peñon, Colombia

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